Durante debate sobre voto impresso no Portal IG, advogados apontam segurança da urna eletrônica e possível retrocesso nas eleições. "Virou uma questão política", afirma Gabriela Araújo

Durante debate sobre voto impresso no Portal IG, advogados apontam segurança da urna eletrônica e possível retrocesso nas eleições. "Virou uma questão política", afirma Gabriela Araújo

Veja abaixo matéria do Portal IG sobre live da qual Gabriela Araujo participou ao lado do advogado Hélio Freitas C. Silveira, presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB/SP, para discutir o tema do voto impresso.

O voto impresso é pauta na Câmara dos Deputados, onde uma comissão especial analisa o Proposta de Emenda Constitucional 135/19 . De autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), ela prevê a obrigatoriedade da impressão de cédulas de papel após votação na urna eletrônica. 

Segundo o presidente da Comissão de Direito Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), Helio Freitas C. Silveira , "o voto impresso se tornou uma espécie de cloroquina do sistema eleitoral".

Em live realizada, nesta terça-feira (8), pelo portal iG, ele e a Coordenadora Adjunta do Observatório de Candidaturas Femininas da OAB-SP, Gabriela Araújo , debateram sobre como a impressão de votos é tida, deturpadamente, por muitos como uma forma "mais segura" de auditar o resultado de eleições.

Discutido por muitos, o voto impresso como forma de auditar o pleito é visto, pelos advogados entrevistados pelo iG,  não só como um retrocesso no sistema eleitoral, como também  desnecessário e com um gasto desproporcional. 

Gabriela Araújo, que também é advogada do Grupo Prerrogativas , disse que "a possibilidade de você poder fazer uma auditoria na urna eletônica e no voto impresso, acaba deixando o voto impresso com um peso maior", o que, segundo ela, abre espaço para uma recontagem recorrente, já que o candidato derrotado sempre irá argumentar que houve fraude na contagem e pedir uma auditoria.

"Na prática, ter urna eletrônica com voto impresso é como voltar para o voto em cédula", concluiu.  
Ela também aponta que as urnas, por serem eletrônicas, tem uma fácil detecção de hackeamentos e que todas auditorias feitas nas máquinas comprovaram que hackers nunca conseguiram, de fato, invadir o sistema. Além disso, ela argumentou que as impressoras também são suscetíveis a invasões eletrônicas.

 "A urna eletrônica foi criada, justamente, para combater as fraudes que aconteciam na votação impressa, na votação manual." argumentou Hélio Silveira, que também apontou que o voto impresso é visto como uma espécie de medicamento 'salvador', mas sem comprovação de eficácia.

O presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB também reforçou que a população precisa estabelecer uma confiança no sistema em vigor e que "toda essa campanha que se faz pelo voto impresso é um voto de desconfiança não só na urna eletrônica mas também na democracia brasileira", disse. 

Os advogados frisaram que o mundo todo caminha cada vez mais para o digital e que o Brasil é referência no uso de urnas eletrônicas. Segundo eles, as contagem dessa forma é muito mais prática e rápida. 

A live, que durou uma hora, também está disponível na íntegra no Spotfy e no YouTube:

Na Mídia: Gabriela Araujo é uma das especialistas consultadas pelo Jornal O Globo sobre segurança das Urnas Eletrônicas

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Gabriela Araujo participa de Live com Felipe Neto: assista um trecho aqui

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